Horário, trabalho e dinheiro na faculdade de medicina

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Nesse post falarei sobre a questão de tempo, trabalho e situação financeira ao longo do curso de medicina. A fim de deixá-lo mais fluido, dividirei o conteúdo em tópicos.

1. Horário/Tempo/Disponibilidade
A questão do tempo disponível é controverso porque é um aspecto muito subjetivo. Depende de quanto tempo você acha essencial para fazer atividades cotidianas, quanto tempo gasta estudando e o que prioriza em sua vida. Pelo menos na FMUSP, em tese, temos aulas de segunda à sexta, das 08 às 18hrs... 
Entretanto, esse horário nem sempre é seguido à risca. Alguns professores acabam a aula mais cedo (umas 17h), algumas você acaba faltando e outras você acaba saindo mais cedo porque acha que daquele ponto em diante você está saturado e não tá aprendendo mais nada.
Além disso, a faculdade disponibiliza "janelas" para estudo. No semestre passado, eu tinha todas as sextas a tarde livres para estudar (isso era o previsto, mas se eu quisesse, poderia fazer outra coisa).
Mas não se engane, o horário de atividades não é só esse! É impossível só assistir aula e ir bem nas provas. Normalmente você acaba se matando por fora, estudando depois da aula ou nos fins de semana. Além disso, muitos alunos, assim como eu, optam por participar de ligas médicas, projetos extracurriculares e iniciação científica, o que é feito fora desse horário de aulas.
Em resumo: O tempo, sobretudo na semana, é escasso. Nos finais de semana, depende muito de como será a semana seguinte. Em caso de ter prova, normalmente ele é preenchido por estudos (o que é o mais comum). Caso não, ele é mais leve, dá pra fazer uma ou outra atividade sem estar relacionada à faculdade.
Mas tudo vai variar muito conforme a cidade que você vive, a faculdade, enfim... Eu vivo em São Paulo e gasto 1h para ir e outra para voltar da faculdade, ou seja, "perco" 2h todos os dias. Quem mora em cidade pequena, por exemplo, não tem esse problema (por isso que é um ponto a se analisar na hora de ingressar na faculdade).

2. Trabalho
Trabalhar de forma fixa, com horário bem estabelecido, é praticamente impossível ao longo do curso de Medicina, mas sempre há formas alternativas. Há alunos que arrumam trabalhos aos finais de semana, relacionados ou não à medicina, como trabalhar em buffets, por exemplo. Outros acabam achando uma forma alternativa de ganhar dinheiro: vendendo trufas, doces ou bolos na faculdade (quem resiste a não comprar comida?). Tem gente que acaba se envolvendo em atividades mais acadêmicas, como revisão de artigos, e também ganham por isso. É claro que você não ganhará caminhões de dinheiro, mas provavelmente lhe ajudará bastante.
Embora não seja um trabalho, iniciação cientifica, por exemplo, é uma outra coisa que dá bolsa. Aqui em São Paulo, a gente tem uma agência de desenvolvimento de pesquisas (FAPESP) e as bolsas de iniciação científica giram em torno de R$ 600,00/mês (nas federais e mesmo em outras estaduais que não são paulistas, normalmente quem financia é o CNPq, e o valor é R$ 400,00) o que é relativamente bom para quem tem um orçamento apertado.
Ou seja, apresentei uma série de atividades que não consomem tanto tempo e permitem sim ganhar uma graninha extra. 

3. Dinheiro
Bem, isso vai depender da sua condição socioeconômica. O bom da faculdade pública é a pluralidade. Conheço pessoas cujo os país são riquíssimos, inclusive famosos no meio acadêmico. Outros que nasceram em famílias humildes, muitos desses são os primeiros a ingressarem em uma faculdade pública. Eu vou me focar nesse segundo grupo, por que né? Acho que dinheiro não é problema pro primeiro.
Well... As universidades normalmente possuem bolsas permanência que, infelizmente, estão escassas esse ano por conta da crise. Eu não sei bem como funciona por aí, mas na USP existe uma série de auxílios que passam por alimentação, livros e transporte.
Pra quem estuda na FMUSP, há duas opções de moradia: a casa do estudante de medicina e o CRUSP (conjunto residencial da USP), ambos destinados a estudantes de baixa renda. Existe um processo seletivo, mas um fato é que a maior parte das pessoas que de fato precisam, conseguem.
Tendo moradia e auxílio alimentação, as coisas talvez fiquem um pouquinho mais fáceis.
Embora se divulgue por aí que na faculdade se gasta muito dinheiro com xerox, a realidade não é essa. Em um semestre, não gastei nada com xerox. Você encontra todos os artigos recomendados na internet e não há necessidade de imprimí-los, o mesmo vale para os livros. Além disso, pelo menos a USP, tem um complexo de bibliotecas com um acervo muito rico e não é necessário comprar nenhum livro.
Em relação à alimentação: as universidades normalmente possuem os populares "bandejões". Na USP, o almoço/janta ou café da manhã custa R$ 1,90 e tem uma qualidade relativamente boa (é que depende do bandejão, alguns são espetaculares, outros nem tanto, mas dá pra comer de boa).

Eu tentei ser o mais resumido e abrangente possível, provavelmente esqueci de muitos pontos, mas, se for o caso, comentem nessa publicação que responderei.
Além disso, caso queiram posts falando sobre algo específico, é só falar que eu faço!




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