Como passei na Medicina USP - Parte 1

Esse é o primeiro post do blog e, provavelmente, um dos mais interessantes dos que virão nas próximas semanas. O objetivo desse post é falar, de forma resumida, um pouco sobre meu processo de estudos para a aprovação na Medicina USP. Por questões “didáticas”, preferi dividir o conteúdo em tópicos. Além disso, em outros posts falarei mais sobre o processo de estudos, sobretudo no ano de cursinho, e darei dicas de forma mais específica e detalhada. Ou seja, será uma série de posts falando sobre o processo de ser aprovado no vestibular. Aqui falarei uma síntese dos resultados, de como mais ou menos foi, mas em outros posts desse tópico "Como passei na Medicina USP" darei mais detalhes.

Sobre meu ensino médio: Fiz ensino médio integrado a um curso técnico em uma ETEC (Escola Técnica Estadual). Embora seja divulgado por aí que o ensino médio nas ETEC’s é de qualidade, isso, ao menos pra mim, não foi uma verdade. O meu ensino médio foi bem debilitado, não tive diversos conteúdos nas mais distintas matérias por mil e umas questões. Quando entrei no cursinho vi muitas matérias pela primeira vez, algumas com índice de recorrência nos vestibulares extremamente alto (como energia mecânica e quantidade de movimento). Por outro lado, embora as atividades fossem poucas e limitadas, eu sempre tentei levar a escola a sério, fazer todas as atividades e, em certo ponto, extrapolar um pouco os limites.

Terminei o ensino médio – Primeira Fuvest (novembro de 2014): Quando terminei o ensino médio e fui prestar Fuvest acabei indo bem mal. Eu vivia uma dúvida muito grande entre fazer Engenharia e Medicina. Passei da primeira fase, mas me sentia inseguro, eu não sabia de nada, a maior parte das questões resolvi no chute. Em matemática, por exemplo, eu sabia resolver só uma questão. Foi um ano e uma fuvest horríveis, não vou entrar em detalhes porque mais desestimula do que estimula.

2015 – O primeiro (e último) ano de cursinho: Depois de muito pensar decidi que eu queria Medicina (depois explico em um post o porquê dessa decisão), por hora vamos ao que mais interessa. Iniciei um ano de cursinho sem perspectiva nenhuma, com resultados extremamente ruins, sem dominar boa parte das matérias essenciais, entretanto, fiz de tudo pra deixar isso de lado. Os primeiros simulados foram um choque, eu conseguia no cursinho estar só entre os 30% melhores. Nesses primeiros meses tive que me acostumar que a realidade seria outra, tive que me acostumar que teria que estudar muito e que talvez esse ano não seria meu ano, mas fui à luta. Encarei todas as atividades com “sangue nos olhos”, prestava muita atenção às aulas e quando chegava em casa me debruçava até às 22h sobre as tarefas. Com o passar do ano, o meu ranking foi aumentando e eu já estava ficando entre os 5% melhores. Mas bem, o que eu fiz pra sair da média e subir nos rankings? Aqui vai algumas dicas:

1.     Lema “aula dada, aula estudada”: Eu o segui rigorosamente durante 2015. Se eu tivesse matemática C em uma terça, faria de tudo para fazer a tarefa exatamente nesse dia.
2.       . Não se desesperar com matéria atrasada: É inevitável que a matéria atrase, entretanto, você tem que fazer de tudo para minimizar as consequências psicológicas disso. Caso você se sinta muito culpado, provavelmente não terá as mínimas condições de seguir o cronograma e acabará acumulando mais ainda. Nesses momentos não vá dizendo para o mundo inteiro que você tem matéria atrasada, calma! Todo mundo atrasa matéria.
3.       . Respeito a mente e ao corpo: Não sei se você acredita em inteligência emocional ou teorias que falam sobre o equilíbrio mente-corpo, enfim, eu acredito muito nessas teorias. Ao longo de 2015, trabalhei intensamente para que eu durmisse bem, praticasse esportes que me dessem resistência e procurei formas de aliviar a mente. Além disso, eu procurava sempre estudar até umas 22h, entretanto, quando me sentia muito cansado, parava antes disso e ia dormir. Você tem que desenvolver esse feeling de diferenciar cansaço e preguiça. Dormir, nos momentos certos, faz parte do processo de aprendizagem!

      Eu adotei muitas outras táticas e métodos, entretanto o post ficaria muito longo caso eu decidisse discutí-los aqui, em breve farei um post falando mais sobre.
     Vestibular - ENEM: Depois de um ano intenso no cursinho, com muitas lutas, fiz o Enem. Acertei, pra minha surpresa, 162 questões e fiz 980 na redação.
     Vestibular - FUVEST: Na primeira fase acertei 83 questões e no resultado final, incluindo a primeira fase, fiquei com uma pontuação, sem bônus, de 87. O corte normalmente é 81 pontos, ou seja, na prática fiz 6 pontos acima do corte. Acabei passando em segundo lugar.
   Outros vestibulares: Decidi prestar somente Fuvest, Unicamp e Unifesp. Passei nos três em Medicina.

Em outros posts falarei sobre como eu estudava cada matéria, a forma que eu estudava os simulados, por quais maneiras evolui nos simulados e darei dicas que foram extremamente úteis pra mim na primeira e na segunda fase. Acompanhem o blog, pois também pretendo postar análises literárias, resumos de matérias, falar sobre o dia a dia na Medicina USP e discutir assuntos relevantes para redação.